Economia

Com investimentos de R$ 350 mi, fábrica de biometano em MS fecha ciclo de energia limpa

Circuito MS

13:20 10/04/2024

Unidade da Atvos será alimentada pelos resíduos de cana-de-açúcar da própria planta produtora de etanol que a companhia já opera em Nova Alvorada do Sul

Com meta de neutralizar suas emissões de carbono 20 anos antes do previsto pelo Acordo de Paris, Mato Grosso do Sul dá mais um passo nesse sentido, com anúncio da fábrica de biometano a partir de resíduos da cana-de-açúcar, material já gerado na planta da Atvos responsável pela produção de etanol em Nova Alvorada do Sul, fechando assim um ciclo de energia limpa. 

Vale citar o potencial para investimentos girando acima de R$ 350 milhões, conforme anúncio feito durante a abertura da Expocanas no município – distante cerca de 113 km de Campo Grande -, a Atvos assinou o Memorando de Investimentos dessa primeira unidade de biometano da empresa, marcando a entrada da gigante produtora de biocombustível no mercado de gás natural de origem renovável. 

“Com o diferencial de produzi-lo em larga escala para atender uma demanda que não para de crescer. Ao mesmo tempo, ampliamos nosso portfólio de soluções sustentáveis, e, sobretudo, contribuímos efetivamente para a transição da matriz energética, seguindo um conceito de economia circular, ao darmos destino e gerarmos novas receitas a partir de resíduos da nossa cadeia de produção”, afirma o CEO da companhia, Bruno Serapião. 

Em Nova Alvorada do Sul a planta da Atvos opera com capacidade para moer 5,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, dos quais são produzidos 498 milhões de litros de etanol, suficiente para movimentar 9 milhões de carros compactos, aponta a companhia. 

Ainda, a Atvos ressalta que essa capacidade cogera o equivalente a  376 GWh de energia elétrica limpa, sendo que a companhia ainda possui os seguintes polos: 

  • Unidade Eldorado (UEL), em Rio Brilhante| produtora de etanol e açúcar VHP; e a
  • Unidade Costa Rica (UCR), no município homônimo| produtora do biocombustível

Em uma área de 150 mil metros quadrados, a fábrica usará os resíduos que sobram na cadeia produtiva da cana (vinhaça e torta de filtro), com uma capacidade instalada prevista de 28 milhões de m³ de biometano. 

Pensamentos em consonância

Como bem ressaltou o CEO da Atvos, além do potencial direto da geração de empregos (4 mil vagas previstas), o empreendimento contribuiu efetivamente para a “transição da matriz energética”. 

“Seguindo um conceito de economia circular, ao darmos destino e gerarmos novas receitas a partir de resíduos da nossa cadeia de produção”, complementou.

Como já adiantou o comandante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, em outubro do ano passado durante explicação sobre como zerar as emissões de carbono até 2030, o biometano tem um processo muito próximo da neutralidade de emissões e, nesse sentido, é muito mais ambientalmente responsável do que demais combustíveis. 

Dados mais recentes da Associação Brasileira de Biogás (Biogás) indicam que a produção de biometano tem potencial de expansão claro, pelo menos 600% até 2029, com números atuais de 1 milhão de m³ diário para sete milhões de metros cúbicos ao dia. 

A companhia ressalta que o substituto ao diesel – que deve reduzir 40% o uso interno na frota do combustível fóssil – também pode ser usado em uso industrial, ocupando o lugar do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e ao
óleo combustível.

Via Correio do Estado MS

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